Um
misto de alívio e ansiedade tomou conta de mim.
Se
por um lado era hora de comemorar o fim de um ciclo, por outro ainda precisava
fazer uns últimos exames.
Não
sentirei falta dos compromissos às sextas (químio), das furadas, de ficar
quietinha na cadeira da clínica por algumas horas.
Não lamentarei desencarnar a
Princesa Careca. Acho que ela já deu o seu recado. Deu uma colorida no seu
reino, ciceroneou seus convidados, contou suas histórias, aprendeu muitas
coisas diferentes e fez novos amigos.
Só
que antes de sair de cena, a princesa ainda teria que passar
por algumas emoções...
Mais
um Pet-Scan deveria ser feito, e assim o foi.
Diferentemente
do exame efetuado no meio do tratamento, em que o astral geral conduzira à
tranquilidade total; esse foi com suspense.
O
médico do exame estava cheio de segredinhos, disse que não poderia revelar precipitadamente o resultado, teria que
analisar melhor.
Como
respirar nos próximos 3 dias que se seguiram?
Uma
vez o laudo nas mãos do meu médico oficial, constatou-se alguns pontinhos
pelo meu corpo. Poucos e talvez sem nenhum significado sério. Mas o fato é que
eles estavam lá.
Provavelmente
esses sinais significavam os 3 pontinhos das “reticências” e não a alarmante
“exclamação”. A “interrogação” está presente na vida de todos nós, não é mesmo?
Nem precisaria de um exame tão minucioso para detectá-la. Então nem considerei
essa possibilidade.
A
verdade é que o tão desejado “ponto final”, único e inconfundível, não foi
possível ser repassado para mim, naquele momento.
Acho
que momentaneamente entristeci.
Esperava
que o doutor dissesse: “Desapareça daqui!” “Vá, você está curada!”.
Acho
que ele se apegou a mim e não teve coragem de dizer isso. Na próxima consulta
vou sugerir de nos encontrarmos em um shopping, e conversarmos entre uma
vitrine e outra... bem melhor! Duvido que estressarei com suas palavras...
Deduzi
que terei que dividir com os escoteiros o lema “Sempre alerta!” por muuuuito
tempo.
Com
o passar dos dias, conformei-me, e achei que isso chama-se “prudência”, e era assim mesmo que
deveria ser.
Não
daria mesmo para enterrar esse passado e fingir que nunca aconteceu. Terei que
conviver com isso e encarar da mesma forma que levo o restante dos
acontecimentos da minha vida: “Numa boa!”.
Amigos,
não irei abandonar o blog, muito menos as pessoas que passam por aqui (o e-mail está aí para nos comunicarmos).
Pretendo
ainda postar algumas coisas que penso poder servir para outras princesas que escrevem, nesse momento, as mesmas páginas que já virei da minha história e
quem sabe mostrar a transformação da “Princesa Careca” em “Rapunzel Enigmática”
(virão loiros? cacheados? castanhos? lisos? brancos?).
O
futuro? Bem, pelo mesmo ele será embalado pelo som do Gilberto Gil: “Andar com
fé eu vou, que a fé não costuma falhar...”
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