Eu
que pensava ser “cabeça ôca” crônica. Meu principal passa tempo era ficar estátua, sem pensar em nada, fazer
coisa alguma, desligar os ouvidos, falar tampouco, fechar os olhos ou ficar
olhando em um ponto fixo, sem nada ver, e, então, ficar assim ao sabor do
tempo... Eis que pensava ser a pessoa ideal para embarcar na onda da meditação.
AAAUUUUU..... |
Parecia
muito fácil para mim. Ainda mais agora que estou com o tempo destinado
justamente para cuidar de mim. “Moli, moli”!
Então
vamos lá!
Sentar
no chão, coluna ereta, pernas cruzadas, ombros relaxados... Ui! Incomodou o meu
bumbum... Vamos tentar sentada em cima da cama... não sei se a coluna ficou
muito encaixada e ereta... já ouvi falar que pode deitada, e já que estou em
cima da cama...
Fecho
os olhos e pronto, tô meditando! Tô meditando? Vixe! Que diacho de tantos
pensamentos começaram a vir na minha mente? O coração até disparou... Foi como
se todas as escolas de samba resolvessem entrar juntinhas, com suas baterias
retumbantes em meus ouvidos.
Isso
não parece nada fácil... E lembrar do meu perfil, que pensava ser o ideal?
Tento
fixar a minha mente na imagem de uma vela... Mas a labareda não para quieta...
vai apagar... apagou!
Mamãe
havia sugerido pensar no Sagrado Coração de Jesus, pelo menos era estático...
Mas como ele é mesmo? Levanto, vou no Google .. imagens... Escolho uma delas e
volto a deitar... como é bonita essa imagem. Um coração vermelhinho com uns
espinhos, meio tribais, torcidos e atravessados transversalmente, com uma
labareda e uma cruz em cima... Hum, isso daria uma boa tatuagem... Onde? Com
que tatuador eu faria? Será que já posso fazer? Tenho que fazer uns contatos
urgentes.
Meditar,
não me falaram que seria tão difícil...
Será
que a hiperatividade feminina, que possibilita fazermos várias coisas ao mesmo
tempo, está sentindo falta de entrar em ação? Poderia ir arrumar meu armário e
meditar? Cozinhar, ver televisão, atender o telefone e meditar?
Uma
vez uma professora de Yoga me disse que eu poderia fazer uma caminhada e
meditar. Eu deveria concentrar nos passos e na respiração. Na inspiração
imaginar que coisas boa entravam para minha vida e ao expirar, que expelia o
que havia de ruim. Parecia muito interessante, mas não funcionou para mim, pois
lá estava eu apegada às boas lembranças e tentando resolver as pendências
negativas.
Só
me restou, então, retornar a posição deitada, tentando relaxar todas as partes
do corpo, começando pelo pé e subindo o foco até a cabeça. É impressionante que
quando reparamos em cada parte do nosso corpo separadamente é que vemos o
quanto estamos tensionados.
Depois
disso concentrei-me na respiração. Inspirando, dilatando primeiramente a
barriga, jogando o ar para a parte superior e, finalmente, passando o ar para encher meu peito. A expiração dá-se de forma inversa, esvaziando primeiramente o
peito, depois a parte inferior e finalizando com o esvaziamento total do
abdômen, imaginando o umbigo colar nas costas (Ui!).
Como
eu sou brasileira e não desisto nunca, vou continuar nessa toada, pois achei
que essa é a tática menos pior para mim. Então vamos lá! AAUUUMMMM....