domingo, 28 de abril de 2013

A Notícia (de novo)


Já havia alguns meses que vinha me sentindo bastante enjoada. Não podia comer nenhuma besteirinha que era mal estar na certa. Fui ao gastro, deveria ser algo nessa área. Depois de alguns muitos exames, incluindo uma endoscopia e uma colonoscopia (ninguém merece!), achou-se uma massinha no ovário, modéstia à parte, massona.

Agora todos os “achados” devem ser fofocados ao meu oncologista (Esses médicos não professam do sigilo profissional dos padres, não?).

Uma vez caído nos ouvidos do meu oncologista, uma junta logo se forma decidindo o que será de mim. Chegaram à conclusão que a melhor forma para eu perder uns quilinhos extras e, ainda de quebra, livrar-me da massona, seria tirar útero, ovário, trompas... essas coisinhas que não me serviam mais. Eu, desapegada como sou, achei ótimo. Funcionaria como uma lipo e com certeza eu ficaria com a barriga invertida. Assim foi feito! Diga-se de passagem, ainda não cheguei no estágio da barriga invertida (Faz 2 meses, ainda resta uma esperança).

Depois de um tempo de recuperação (ainda estou recuperando), veio o resultado da biópsia e a tal massinha era do mal. Um baque, heim?

Achei que não iria conseguir suportar, não teria mais forças, já havia dado o meu máximo da 1ª vez. Vinha fazendo tudo certinho, nem me sentia completamente livre das sequelas anteriores. Ainda faltava a plástica super reparadora dos seios. Nem havia me livrado da fisioterapia, ainda tomava remédios, tentava reparar os ossos e os cabelos ainda não haviam chegado no prometido estágio de “vai voltar mais bonito”.

Esse povo que determina nossas provações nessa vida não poderia ser mais organizado e mandar um desafio por vez? 

Acho que não! 

Quem poderia, na verdade, era eu. Eu poderia enfrentar tudo de novo: as cirurgias, a quimioterapia, a perda do cabelo, os milhares de exames, remédios e injeções dolorosas, as dietas, o isolamento, as dores, o mal estar, o “dar um tempo” de sua vida. 

Dessa vez seria na minha casa, na minha nova terra, rodeada pelo meu marido e filho, repetindo apenas a dedicação e o apoio incondicional dos meus pais. Mas dessa vez eu enfrentaria de outra forma, recebendo o que viesse de frente, de peito aberto, sem vergonhas e poucos pudores, sem grandes questionamentos. Apenas aceitando e tentando tornar mais leve esses dias de tratamento que eu teria pela frente.

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