Já
havia alguns meses que vinha me sentindo bastante enjoada. Não podia comer
nenhuma besteirinha que era mal estar na certa. Fui ao gastro, deveria ser algo
nessa área. Depois de alguns muitos exames, incluindo uma endoscopia e uma colonoscopia
(ninguém merece!), achou-se uma massinha no ovário, modéstia à parte, massona.
Agora
todos os “achados” devem ser fofocados ao meu oncologista (Esses médicos não
professam do sigilo profissional dos padres, não?).
Uma
vez caído nos ouvidos do meu oncologista, uma junta logo se forma decidindo o que será
de mim. Chegaram à conclusão que a melhor forma para eu perder uns quilinhos
extras e, ainda de quebra, livrar-me da massona, seria tirar útero, ovário,
trompas... essas coisinhas que não me serviam mais. Eu, desapegada como sou,
achei ótimo. Funcionaria como uma lipo e com certeza eu ficaria com a barriga
invertida. Assim foi feito! Diga-se de passagem, ainda não cheguei no estágio
da barriga invertida (Faz 2 meses, ainda resta uma esperança).
Depois
de um tempo de recuperação (ainda estou recuperando), veio o resultado da
biópsia e a tal massinha era do mal. Um baque, heim?
Achei
que não iria conseguir suportar, não teria mais forças, já havia dado o meu
máximo da 1ª vez. Vinha fazendo tudo certinho, nem me sentia completamente
livre das sequelas anteriores. Ainda faltava a plástica super reparadora dos
seios. Nem havia me livrado da fisioterapia, ainda tomava remédios, tentava
reparar os ossos e os cabelos ainda não haviam chegado no prometido estágio de
“vai voltar mais bonito”.
Esse
povo que determina nossas provações nessa vida não poderia ser mais organizado
e mandar um desafio por vez?
Acho que não!
Quem poderia, na verdade, era eu. Eu poderia enfrentar tudo de novo: as cirurgias, a quimioterapia, a perda do cabelo, os milhares de exames, remédios e injeções dolorosas, as dietas, o isolamento, as dores, o mal estar, o “dar um tempo” de sua vida.
Dessa vez seria na minha casa, na minha nova terra, rodeada pelo meu marido e filho, repetindo apenas a dedicação e o apoio incondicional dos meus pais. Mas dessa vez eu enfrentaria de outra forma, recebendo o que viesse de frente, de peito aberto, sem vergonhas e poucos pudores, sem grandes questionamentos. Apenas aceitando e tentando tornar mais leve esses dias de tratamento que eu teria pela frente.
Acho que não!
Quem poderia, na verdade, era eu. Eu poderia enfrentar tudo de novo: as cirurgias, a quimioterapia, a perda do cabelo, os milhares de exames, remédios e injeções dolorosas, as dietas, o isolamento, as dores, o mal estar, o “dar um tempo” de sua vida.
Dessa vez seria na minha casa, na minha nova terra, rodeada pelo meu marido e filho, repetindo apenas a dedicação e o apoio incondicional dos meus pais. Mas dessa vez eu enfrentaria de outra forma, recebendo o que viesse de frente, de peito aberto, sem vergonhas e poucos pudores, sem grandes questionamentos. Apenas aceitando e tentando tornar mais leve esses dias de tratamento que eu teria pela frente.
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