Chegada a hora de tirar a teima
com o meu doutor sobre o importante resultado do mais recente PET, pois até
agora só havia ouvido o médico que fez o exame e muito rapidamente.
Pegamos o resultado do exame
antes do dia de levá-lo para meu médico analisar. Ficou hospedado lá em casa
alguns fatídicos dias. Ficou lá no meu quarto, paradinho, me olhando... mas eu
não tinha o menor interesse de abri-lo. Definitivamente não sou curiosa nesses
assuntos. Já sabia que ele estava ótimo e só isso me importava.
Meu marido se encheu de coragem e
foi analisá-lo. Eu dei uma espichadinha de rabo de olho só para ver se as “fotos” apresentavam uma considerável escoliose na forma da primeira letra do meu nome preferido:
STELLA.
Não pretendo curar mais esta
escoliose (já quis um dia), é minha marca registrada nos exames. É através dela
que tenho certeza de que o exame é meu e ninguém tasca. Um charme!
Ultimamente ando cheia de marcas registradas,
tenho que patentear.
Chegamos ao consultório com uma
sacola de exames quase maior do que eu. Marido carregando, claro!
O doutor, ao nos ver, abre um
sorriso... um sinal! Já percebi que quando o negócio está brabo ele não sorri.
Já deveria, de certo, ter se comunicado com o médico do exame.
Analisa o exame mantendo o
suspense (o negócio é com emoção)... olha para os exames, digita no
computador... Eu aproveito para analisar a decoração do consultório pela
milésima vez. Tudo bonitinho! Chama minha atenção um jardim de inverno, com
pedrinhas brancas e umas plantas que não sei ainda se são naturais. Da próxima
vez vou arrancar um pedaço dela, quando o doutor não estiver olhando, para
desvendar mais essa dúvida cruel.
O silêncio é quebrado pelo meu
médico dizendo que esse é o resultado que todo médico gostaria de ver e de
poder transmitir para seu paciente.
Sorte dele que havia uma mesa de
vidro entre nós. Poderia ter quebrado uma de suas costelas com um agradecido e
caloroso abraço de urso.
Certos médicos, os bons, têm um
poder sobrenatural sobre seus pacientes. Certa vez disse para minha
ginecologista que, só de olhar para ela, melhorava meu estado. Pedi, então, uma
foto dela com o intuito de melhorar mais rápido. A desvantagem de falar muitas
gracinhas é que as pessoas não te levam muito a sério... Ela me olhou, soltou
uma gargalhada e não me deu a foto. Era sério!
Olho para o meu médico e agradeço
a ele, a Ele, a todos... e são tantos... Agradeço mesmo assim, sem preguiça, em
grupos, categorias, por localizações geográficas, por nomes, caras e
corações... Agradeço!
Vou continuar com o tratamento,
como antes havia sido previsto. Mais uns 4 meses de quimio, que são mais umas 12
sessões de medicação.
Acho bom assim mesmo. Sou pela
prudência. Um canhão esmaga melhor uma formiguinha (apesar dessa figura não ser
ecologicamente correta). Essas “formiguinhas” que andaram pelo meu terreno
(repare o passado do verbo!) eram danadinhas mesmo.
Seguimos em paz para nossa casa,
eu, feliz da vida, assim como toda minha comitiva. Vim saltitante por ter a
certeza de poder continuar na luta; luta essa que já está com as cartas
marcadas de quem será o vencedor. Adivinha?