sábado, 1 de junho de 2013

Se eu consigo...

Já ouvi dizer que nós somos o resultado de nossas mentes e que as coisas acontecem em nossas vidas de acordo com o que atraímos em nossos pensamentos.

– Lascou-se!

Eu penso que concordo com isso. Concordar é admitir que estou no controle dos acontecimentos que me dizem respeito.

Se por um lado isso facilita as coisas, por outro lado traz uma responsabilidade enorme.  Olha o estresse!

Agora vou ter que ser também “Vigia de Pensamento”. – Tá danado! Já ando acumulando tantas funções... Mas essa é bem importante, pois parece que poderá determinar o meu futuro.

Também já ouvi umas más línguas dizendo por aí que nossa mente reflete quem somos. – Ainda mais essa... Se somos um caos, nossa mente é caótica; se desorganizados, mente bagunçada; se calmos e metódicos, mente sã, perfect! – Digno e justo!

Primeiro passo é identificar onde estou nessa escala entre a perfeição e o caos.

Quando penso nos meus armários, prateleiras e gavetas, vejo tudo dobradinho, em pilhas que em nada remetem à Torre de Pisa; coisinhas diversas separadas em organizadores rosa (bem Penélope Charmosa, irck!); camisas penduradas em cabides pretos e somente pretos (básico!); calças compridas distribuídas por tonalidades e tecidos; enfim, poderia me vestir em total black out e saberia muito bem como estaria vestida; resumindo, na  escala, próximo à perfeição.

No setor “cuidados pessoais”, refletores sobre o fundamental: maquiagem. Batons classificados em pequenas gavetas de acrílico, por tons, do mais fraco “cor de boca” (adoro essas cores subjetivas) ao mais concreto “vermelho sangue”, quando este ainda corre nas veias de uma pessoa vivinha da silva; passando pelo roxo “sangue necrosado”, reservado para as noites de Halloween.

Organizadores de acrílico transparente deixam as minhas gavetas do banheiro clamando para serem abertas a fim de exibirem sua boa forma.

Esse mundo dos organizadores como tem crescido ultimamente. Há, no mínimo, 5 corredores na Leroy Merlin especialmente para eles. São caixinhas de todos os tamanhos, modelos, cores, e materiais; são nichos; colmeias  prateleiras; separadores... um parque de diversões! Faz muito sucesso para esse povo, que como eu, pensa que organizando o armário irá deixar a mente, e consequentemente a vida, em ordem.

Em minha defesa alego que temos que começar por algum lugar, certo?

Comecei pelo meu armário. Tento, sem relevante sucesso, porém, expandir minhas fronteiras pelo resto da casa. Primeiro obstáculo: Escritório.

O escritório, assim como a casa toda, pertence a todos os integrantes dessa família. Mas por usucapião e por prazer acentuado (e diria exacerbado) do meu marido em estudar, esse ambiente é mais dele. Nesse compartimento não posso impingir o meu modus operandi de organização. Tenho que aceitar a “bagunça criativa” dele. Então tá né? O bom guerreiro reconhece a hora de recuar...

Passando pelo quarto do adolescente, com 4 gritos e mais umas 3 repetições dos mesmos 4 gritos, com intensidades sempre crescentes, resolve-se a parada. Educar é isso: persistência!

No resto da casa, sob o domínio da secretária do lar, está tudo sob controle.

Analiso que isso é um bom começo...

Lugar na Escala: tendendo para o lado da perfeição.

Voltando à mente...

Quando eu estudava com o meu marido, também tínhamos conflitos de organização, mas dessa vez na mente. Ele dizia que o conhecimento, que ele adquiria, era compartimentalizado.  – Como assim? O conhecimento adquirido, ele colocava em compartimentos estanques, catalogado e sistematizado por assunto. Tudo isso na mente. – Como pode? Ele alegava que é assim que os engenheiros fazem...  Peraí, eu também sou engenheira. Humpf!

Tentei tornar-me um deles, na mente, mas meus conhecimentos continuam lá, misturadinhos mesmo, no baú da vovó. Prefiro compartimentalizar os meus míseros 2 nichos que tenho direito na gigante estante do escritório.

Posição na Escala: tendendo, com vontade, para o caos.

Confesso que minha mente não merece mesmo prêmio por organização. Mas agora dependo dela. É um momento crítico. Faço o que posso para minimizar minhas deficiências e maximizar meus pontos positivos. Cerco-me de pessoas, lugares, filmes, músicas, livros, situações que me fazem concentrar em coisas boas. Focar na alegria, no otimismo, na fé, na esperança. Mirar no futuro, valorizando o presente.

Eu consigo porque não estou só, assim como ninguém está. Nossos queridos, que os olhos podem ver, e nossos amados, que podemos sentir, estão conosco, todo o nosso caminho, principalmente em nossas tribulações.

Se eu consigo, você consegue!



“Tamo junto!” 
“Vamo junto!” 
“Simbora galera!”



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