Já
ouvi dizer que nós somos o resultado de nossas mentes e que as coisas acontecem
em nossas vidas de acordo com o que atraímos em nossos pensamentos.
–
Lascou-se!
Eu
penso que concordo com isso. Concordar é admitir que estou no controle dos
acontecimentos que me dizem respeito.
Se
por um lado isso facilita as coisas, por outro lado traz uma responsabilidade
enorme. – Olha o estresse!
Agora
vou ter que ser também “Vigia de Pensamento”. – Tá danado! Já ando acumulando
tantas funções... Mas essa é bem importante, pois parece que poderá determinar
o meu futuro.
Também
já ouvi umas más línguas dizendo por aí que nossa mente reflete quem somos. – Ainda mais
essa... Se somos um caos, nossa mente é caótica; se desorganizados, mente
bagunçada; se calmos e metódicos, mente sã, perfect!
– Digno e justo!
Primeiro
passo é identificar onde estou nessa escala entre a perfeição e o caos.
Quando
penso nos meus armários, prateleiras e gavetas, vejo tudo dobradinho, em pilhas
que em nada remetem à Torre de Pisa; coisinhas diversas separadas em
organizadores rosa (bem Penélope Charmosa, irck!); camisas penduradas em cabides pretos
e somente pretos (básico!); calças compridas distribuídas por tonalidades e
tecidos; enfim, poderia me vestir em total black
out e saberia muito bem como estaria vestida; resumindo, na escala, próximo à perfeição.
No
setor “cuidados pessoais”, refletores sobre o fundamental: maquiagem. Batons
classificados em pequenas gavetas de acrílico, por tons, do mais fraco “cor de
boca” (adoro essas cores subjetivas) ao mais concreto “vermelho sangue”, quando
este ainda corre nas veias de uma pessoa vivinha da silva; passando pelo roxo “sangue
necrosado”, reservado para as noites de Halloween.
Organizadores
de acrílico transparente deixam as minhas gavetas do banheiro clamando para
serem abertas a fim de exibirem sua boa forma.
Esse
mundo dos organizadores como tem crescido ultimamente. Há, no mínimo, 5
corredores na Leroy Merlin especialmente para eles. São caixinhas de todos os
tamanhos, modelos, cores, e materiais; são nichos; colmeias prateleiras;
separadores... um parque de diversões! Faz muito sucesso para esse povo, que
como eu, pensa que organizando o armário irá deixar a mente, e consequentemente
a vida, em ordem.
Em
minha defesa alego que temos que começar por algum lugar, certo?
Comecei
pelo meu armário. Tento, sem relevante sucesso, porém, expandir minhas
fronteiras pelo resto da casa. Primeiro obstáculo: Escritório.
O
escritório, assim como a casa toda, pertence a todos os integrantes dessa família.
Mas por usucapião e por prazer acentuado (e diria exacerbado) do meu marido em
estudar, esse ambiente é mais dele. Nesse compartimento não posso impingir o
meu modus operandi de organização.
Tenho que aceitar a “bagunça criativa” dele. Então tá né? O bom guerreiro
reconhece a hora de recuar...
Passando
pelo quarto do adolescente, com 4 gritos e mais umas 3 repetições dos mesmos 4
gritos, com intensidades sempre crescentes, resolve-se a parada. Educar é isso:
persistência!
No
resto da casa, sob o domínio da secretária do lar, está tudo sob controle.
Analiso
que isso é um bom começo...
Lugar
na Escala: tendendo para o lado da perfeição.
Voltando
à mente...
Quando
eu estudava com o meu marido, também tínhamos conflitos de organização, mas
dessa vez na mente. Ele dizia que o conhecimento, que ele adquiria, era compartimentalizado. – Como assim? O conhecimento adquirido, ele colocava em
compartimentos estanques, catalogado e sistematizado por assunto. Tudo isso na
mente. – Como pode? Ele alegava que é assim que os engenheiros fazem... – Peraí,
eu também sou engenheira. Humpf!
Tentei
tornar-me um deles, na mente, mas meus conhecimentos continuam lá,
misturadinhos mesmo, no baú da vovó. Prefiro compartimentalizar os meus míseros
2 nichos que tenho direito na gigante estante do escritório.
Posição
na Escala: tendendo, com vontade, para o caos.
Confesso
que minha mente não merece mesmo prêmio por organização. Mas agora dependo
dela. É um momento crítico. Faço o que posso para minimizar minhas deficiências
e maximizar meus pontos positivos. Cerco-me de pessoas, lugares, filmes,
músicas, livros, situações que me fazem concentrar em coisas boas. Focar na
alegria, no otimismo, na fé, na esperança. Mirar no futuro, valorizando o
presente.
Eu
consigo porque não estou só, assim como ninguém está. Nossos queridos, que os
olhos podem ver, e nossos amados, que podemos sentir, estão conosco, todo o
nosso caminho, principalmente em nossas tribulações.
Se eu consigo, você consegue!
“Tamo
junto!”
“Vamo junto!”
“Simbora galera!”
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